Bolsonaro

  • Medida Provisória de Bolsonaro desarticula indústria química no Brasil e pode resultar na perda de até 85 mil empregos no Ramo

    Reprodução CNQ

    No dia 31 de dezembro de 2021, o governo Bolsonaro editou a Medida Provisória (MP 1095) que extingue o Regime Especial da Indústria Química (REIQ).
     
    A MP revoga a tributação especial do PIS/Cofins relativos à nafta e a outros produtos destinados a centrais petroquímicas. A medida faz parte de um plano consecutivo de ataques a indústria química brasileira, que passa por grandes dificuldades. 
     
    Segundo o indicador de Importações/Consumo Nacional Aparente (CAN), elaborado pela Associação Brasileira das Indústrias Químicas (ABIQUIM), o País importa cerca de 50% dos químicos consumidos internamente, ao passo que, em 1990, o indicador era de menos de 10%.
     
    A desindustrialização avança no Brasil. Hoje, o valor da transformação industrial somado ao PIB foi de 10%, segundo dados do IBGE. Trata-se do menor valor histórico desde 1996.
     
    A perda da indústria no contexto brasileiro agrava a deterioração do mercado de trabalho. Sem oportunidades na indústria, os brasileiros estão sendo direcionados aos postos de trabalho no setor de serviços, de baixa remuneração e com contratos precários.
     
    Não bastasse isso, a incapacidade de produção doméstica na área da saúde em meio à pandemia evidenciou como somos reféns de economias estrangeiras para poder garantir a assistência mínima aos brasileiros. No início, os Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) estiveram em falta e, em pouco tempo, faltaram respiradores, oxigênio, medicamentos e vacinas ao povo. O projeto de desindustrialização do complexo econômico da saúde é, neste sentido, parte do genocídio do povo brasileiro.
     
    A indústria não é um setor qualquer da economia. É o pilar central do desenvolvimento de um país, articulando tecnologia à soberania produtiva e empregos com melhor remuneração.
     
    O fim do REIQ, por meio da MP 1.095, poderá incorrer na demissão de até 85 mil trabalhadores vinculados à indústria química nacional, agravando o desemprego. Além disso, é projetada queda de arrecadação na ordem de 11 bilhões de reais, com a diminuição da competitividade decorrente do aumento tributário.
     
    Ressaltamos também que as desonerações fiscais, sem contrapartidas de investimentos produtivos voltados à superação dos paradigmas tecnológicos, só enriquecem os patrões e não contribuem para o desenvolvimento industrial. Falta planejamento econômico federal para consolidar uma indústria competitiva que sirva aos interesses de seu povo.
     
    O governo federal deveria estar empenhado na elaboração de projetos industriais para o desenvolvimento da nação, fortalecendo o diálogo com o movimento sindical para atingir a prosperidade comum.
     
    A FETQUIM e a CNQ estarão sempre dispostas ao diálogo construtivo de políticas setoriais que contribuam para superação da desindustrialização, desemprego e fome.
     
     
    Confederação Nacional do Ramo Químico
    CNQ-CUT
     
    Federação dos/as Trabalhadores/as do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo
    FETQUIM 
     
     
  • Empresa estaria ameaçando demitir trabalhadores que não votarem em Bolsonaro, em prática de coação eleitoral, que é crime; Sindicato planeja ato na porta da fábrica

    denuncia certa

    O Sindicato dos Vidreiros de São Paulo recebeu denúncias de que trabalhadores estariam sendo ameaçados caso não votem em Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais. A coação estaria sendo praticadas pelos donos da empresa Vetro Plásticos, localizada em Ibaté, na região de São Carlos, no interior de São Paulo.

    De acordo com as denúncias, os empresários têm realizado reuniões semanais com os empregados, onde alertam que, caso Bolsonaro perca a eleição, a empresa terá as atividades encerradas e todos ficarão desempregados.

    Nos encontros de caráter político, os trabalhadores se submetem a uma espécie de terrorismo emocional, em que são ameaçados a perderem o emprego se o candidato não for reeleito. Além disso, muitas fake news são compartilhadas e os funcionários saem com a missão de conseguir votos entre seus familiares. A Vetro possui cerca de 150 empregados.

    A Secretaria Jurídica do Sindicato já acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT), que notificou a empresa para apresentar explicações sobre os fatos alegados nas denúncias. A Vetro tem um prazo de sete dias, contados a partir da última terça-feira, 11 de outubro, para responder.

    Para os próximos dias, o Sindicato também pretende organizar uma manifestação na frente da fábrica com a participação de outros sindicatos e movimentos sociais da região.

    Coação eleitoral é crime!

    No segundo turno destas eleições, explodiram os casos de denúncias no Ministério Público do Trabalho sobre assédio eleitoral envolvendo empresas. Diante disso, o MPT divulgou uma nota técnica orientando os procuradores sobre os procedimentos a serem tomados. Um grupo de trabalho de emergência também foi criado para agilizar as respostas aos casos que surgirem.

    Desde a semana passada, várias empresas estão sendo obrigadas a se retratarem com pedidos de desculpas, além de receberem multas altíssimas e tendo de pagar indenização aos trabalhadores coagidos. Em todos os casos que se tornaram públicos, os patrões exigem ou tentam comprar o voto em Bolsonaro.

    O Sindicato lembra que o voto é secreto e nenhuma empresa pode promover manifestações políticas internamente, seja por meio de ameaças ou na distribuição de folhetos ou uso de camisetas. No dia da eleição, também é garantido o direito de todos irem votar, não podendo a empresa segurar o trabalhador o dia todo. Caso você esteja passando por situação semelhante no seu local de trabalho, entre em contato por meio do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Sua identidade será mantida em sigilo. Caso seja de outra categoria, o PortalCUT oferece um canal para registro dos casos. Acesse aqui.