Guaratinguetá

  • Após pressão dos trabalhadores, AGC realiza nova eleição; Sindicato cobrou transparência e garantias de participação a todos após processo anterior apresentar indícios de fraude

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    A luta na porta da fábrica, mais uma vez, trouxe bons resultados. Após forte pressão dos vidreiros e vidreiras na AGC, em Guaratinguetá (SP), a empresa teve de realizar uma nova eleição para a escolha dos novos membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) da gestão 2022/2023. 

    A nova eleição aconteceu no dia 7 de dezembro, quando foram eleitos seis membros efetivos e quatro suplentes. Dois dos vencedores, inclusive, eram trabalhadores que tinham sido demitidos de maneira ilegal e, graças ao Sindicato dos Vidreiros do Estado de São Paulo, foram reintegrados ao quadro da empresa. 

    O resultado da eleição anterior, realizada em 15 de setembro, não era reconhecido pelos trabalhadores, pois todo o processo apresentava muitos problemas e suspeitas de manipulação, como erros na cédula de votação, lista de presença sem assinaturas, pouca divulgação e horários confusos do período permitido de voto. 

    A situação mais grave ocorreu com a demissão de quatro funcionários que estavam inscritos para concorrer à CIPA – o que é proibido por lei, pois existe a garantia de estabilidade de quem se candidata. 

    Além disso, conforme a cláusula 61 da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), o Sindicato representante da categoria precisa ser informado com antecedência sobre todo o processo eleitoral, com dados constando a data da votação e os nomes dos trabalhadores que irão concorrer. Mas isso não foi feito pela AGC.

    Desde setembro, o Departamento Jurídico e a Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Sindicato buscaram o diálogo com a empresa, de forma amigável, para que uma nova eleição fosse realizada. Mas a direção da AGC insistia em não reconhecer os erros.

    Diante disso, o Sindicato teve que entrar com ação no Ministério do Trabalho para mediar a situação. Também foram realizadas assembleias na porta da empresa, onde os trabalhadores e as trabalhadoras confirmaram a insatisfação com as eleições da CIPA e aprovaram o andamento do pedido de impugnação do resultado. 

    Com a realização das novas eleições e a consagração do resultado, o Sindicato parabeniza os trabalhadores e as trabalhadoras pela luta em defesa desse importante instrumento no local de trabalho, que é a CIPA. Essa Comissão ajuda a garantir melhores condições de saúde e segurança para todos e todas. Aos membros eleitos, muito sucesso na gestão!

  • Processo de escolha dos representantes, realizado em setembro, teve muitos indícios de fraude e, por isso, o resultado não é reconhecido pelos funcionários da empresa e nem pelo Sindicato

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    Na manhã desta sexta-feira, 18 de novembro, o Sindicato dos Vidreiros no Estado de São Paulo realizou nova assembleia na porta da AGC Vidros, em Guaratinguetá (SP), para consultar os trabalhadores e as trabalhadoras sobre o resultado da eleição da CIPA realizado pela empresa em setembro.

    De forma unânime, os participantes decidiram, mais uma vez, não reconhecer o processo eleitoral, realizado sob suspeitas de muitas fraudes.

    Nas últimas semanas, o Departamento Jurídico do Sindicato tentou dialogar com a empresa, de forma amigável, para que uma nova eleição fosse realizada. Mas a direção da empresa insiste em não reconhecer os erros.

    Diante disso, o Sindicato entrou com ação no Ministério do Trabalho para mediar a situação. A assembleia desta sexta foi para a confirmação do apoio da categoria ao pedido de impugnação.

    ENTENDA

    Realizada em 15 de setembro, a eleição da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) para escolher os novos representantes da gestão 2022/2023 na AGC apresentaram problemas logo no início do processo.

    Conforme a cláusula 61 da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), o Sindicato representante da categoria precisa ser informado com antecedência sobre todo o processo eleitoral, com dados constando a data da votação e os nomes dos trabalhadores que irão concorrer. Mas isso não foi feito pela empresa.

    Além disso, é comum que as eleições da CIPA sejam realizadas em períodos de três dias, de forma a garantir a participação de todos os trabalhadores – considerando que alguns estão de folga ou em escala 6x2. Na AGC, a eleição foi de apenas um dia.

    Já na data da votação, a suspeita manipulação foi percebida ainda no turno da manhã, quando um dos candidatos compareceu para votar e viu que na cédula estava errado o nome do setor onde ele trabalha. Às pressas, a Comissão Eleitoral paralisou a votação naquele horário e, sem prévia comunicação com o Sindicato, decidiu seguir com a eleição no período da tarde e remarcou para o dia seguinte, 16 de setembro, a do turno da manhã.

    Já no turno da tarde, o nome e o setor do candidato que havia reclamado foram corrigidos, mas na nova cédula veio outro erro: desta vez, um outro candidato teve a foto trocada na cédula de voto. Mas, nesse caso, a Comissão Eleitoral decidiu continuar com o pleito mesmo sob protestos.

    Outra grande falha aconteceu com as listas de presença, documento que os eleitores devem assinar antes e depois de depositar o voto na urna. Muitas pessoas relataram não ter assinado a lista, impedindo a conferência dos resultados com o número real de participantes.

    Por fim, no momento da apuração, como era de se esperar, os dois candidatos prejudicados não receberam votos suficientes para compor a nova gestão da CIPA.