Eleição da CIPA é coisa séria e não pode ser manipulada

PROSTETO AGC

As eleições para a escolha dos novos representantes da CIPA na ACG Vidros foram uma verdadeira bagunça e com indícios de fraudes, de acordo com os trabalhadores. Com isso, é preciso que uma nova eleição seja realizada e tenha o acompanhamento do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo.

Na semana passada, o Sindicato encaminhou um ofício à empresa pedindo a impugnação do processo eleitoral, onde foram constatadas várias irregularidades (NR5). A entidade tentou, por várias vezes, resolver a situação de forma amigável. Na quinta-feira, 29 de setembro, houve prostestos na frente da fábrica.

ERROS

Realizadas neste mês de setembro, as eleições da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) para escolher os novos representantes da gestão 2022/2023 apresentaram problemas logo no início do processo.

O Sindicato não foi comunicado da maneira correta sobre as eleições que ocorreriam na AGC. Conforme a cláusula 61 da CCT, a entidade representante da categoria precisa ser informada com antecedência sobre todo o processo eleitoral, com dados constando a data da votação e os nomes dos trabalhadores que irão concorrer.

Além disso, em outras fábricas, as eleições da CIPA são realizadas em períodos de três dias, de forma a garantir a participação de todos os trabalhadores – já que alguns estão de folga ou em escala 6x2. Na AGC, decidiram por apenas um dia.

Já na data da votação, que ocorreu em 15 de setembro, a primeira manipulação foi percebida no turno da manhã, quando um dos candidatos compareceu para votar e viu que na cédula estava errado o nome do setor onde ele trabalha. Às pressas, a Comissão Eleitoral paralisou a votação naquele horário e, sem prévia comunicação com o Sindicato, decidiu seguir com a eleição no período da tarde e remarcou para o dia seguinte, 16 de setembro, a do turno da manhã.

Já no turno da tarde, o nome e o setor do candidato que havia reclamado foram corrigidos, mas na nova cédula veio novo erro: desta vez, um outro candidato teve a foto trocada na cédula de voto. Mas, apesar disso, a Comissão Eleitoral decidiu continuar com o pleito mesmo sob protestos.

Outra grande falha aconteceu com as listas de presença, documento que os eleitores devem assinar antes e depois de depositar o voto na urna.

Muitas pessoas relataram não ter assinado a lista, impedindo a conferência dos resultados com o número real de participantes, podendo ter gerado votos duplicados, já que pessoas que votaram na tarde do dia 15 de setembro votaram novamente na manhã do dia 16, pois entenderam que tudo foi iniciado do zero. A própria Comissão Eleitoral estava confusa e não sabia orientar ou explicar a situação.

Também foram vistas, em alguns horários, algumas urnas sem ninguém para vigiá-las.

Por fim, no momento da apuração, como era de se esperar, os dois candidatos prejudicados não receberam votos suficientes para compor a nova gestão da CIPA.

Diante de todas essas denúncias recebidas, a ACG tem o dever de cancelar o processo realizado e convocar novas eleições, de forma a garantir a isonomia e a transparência desse processo.

AGC VIDROS

ACIDENTES

A CIPA é uma ferramenta importante de apoio aos trabalhadores, pois tem o objetivo de fiscalizar e prevenir situações que coloquem a vida dos funcionários em risco.

A ACG Vidros tem histórico de acidentes de trabalho, portanto, a CIPA é um instrumento que deve ser fortalecido dentro da fábrica. Nos últimos anos, houve vários afastamentos relacionados a questões de segurança e periculosidade. No entanto, apesar de ter aumentado o número de trabalhadores e de trabalhadoras na empresa, a AGC resolveu reduzir o quadro da CIPA, de 13 membros para 10. Para o Sindicato, isso representa um enorme retrocesso, pois a redução da fiscalização coloca a segurança em risco.