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Contra privatizações em SP, sindicatos iniciam plebiscito e preparam greve geral

Governador Tarcísio de Freitas ameaça população com a entrega de serviços essenciais para a iniciativa privada

A CUT, demais entidades sindicais e movimentos sociais lançaram, na última terça-feira, 5 de setembro, um plebiscito para ouvir a população sobre as tentativas de privatização da Sabesp, Metrô e CPTM. Desde que assumiu o governo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) tenta levar adiante um plano de entrega dessas empresas públicas para a iniciativa privada.

Para fazer o enfrentamento a esse projeto, até o dia 5 de outubro, os movimentos populares estarão nas ruas, nas redes e nos locais de trabalho dialogando com a sociedade sobre o desmonte proposto pelo governador, que, se levado adiante, irá piorar o transporte público e o serviço de saneamento no estado. Uma urna volante também estará disponível para que as pessoas depositem em célula sua opinião sobre a proposta de venda das empresas públicas paulistas.

O objetivo dos organizadores é conseguir sensibilizar a população em torno desse debate e, com isso, construir grandes manifestações para que o governo recue da ideia. Em abril, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Tarcísio contratou, sem licitação, um serviço de assessoria e consultoria para preparar a privatização da Sabesp e da CPTM, pelo valor de R$ 71,2 milhões de dinheiro público.

Estado de greve

Na última segunda, 4, trabalhadores que atuam nas linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, e que são representados pelo Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil (SindCentral), decidiram entrar em estado de greve por tempo indeterminado contra a privatização do sistema. Apesar de ainda não haver data para uma paralisação efetiva, existe a expectativa pela construção de uma greve geral do funcionalismo público estadual para ocorrer em outubro.

Múcio Alexandre, secretário-geral do SindCentral, esteve presente no lançamento do plebiscito e falou sobre a mobilização. “Nós, do Sindicato da Central do Brasil, deliberamos por estado de greve e esperamos que consigamos construir, com os demais sindicatos, uma greve geral de todo o funcionalismo público de São Paulo, pois não podemos permitir que paguemos para a iniciativa privada tudo e mais um pouco do que eles querem”, disse Múcio, em referência aos contratos que o governo possui com as empresas concessionárias de algumas linhas da CPTM e do Metrô, com cláusulas onerosas ao estado.

Já o presidente da CUT-SP, Raimundo Suzart afirmou que a entidade estará empenhada na luta contra as privatizações com a mobilização dos sindicatos levando o plebiscito para os locais de trabalho e em espaços de grande circulação de público, como estações de transporte, feiras e espaços comunitários, dando a oportunidade para que a sociedade se manifeste.

“Sabemos o quanto a privatização será prejudicial para os trabalhadores, principalmente para os que moram nas periferias, que precisam desses serviços e já lutam para garantir a expansão do transporte sobre trilhos e a melhora no saneamento. Ao invés do governo discutir investimentos, ele quer vender o serviço para um setor que visa o lucro”, falou Raimundo. Muitos representantes dos sindicatos cutistas estiveram em peso na atividade.

No caso do Metrô e da CPTM, já é possível ter uma prévia do que poderá ocorrer com a entrega total desses serviços. Algumas linhas dos dois serviços já funcionam pelo modelo de concessão e sempre estão apresentando atrasos, falhas com paralisação e até graves acidentes. Exemplos ocorrem em cidades como Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA).

Já em relação ao serviço de saneamento, experiências internacionais e de outros estados do Brasil mostram que a entrega à iniciativa privada foi desastrosa. No Rio de Janeiro, onde a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) foi vendida em 2021, a população sofre com tarifas mais caras e condições ruins da água que chega pelas torneiras, com mau cheiro e barrenta. Essa piora também ocorreu em Paris, Berlim e outras 265 cidades pelo mundo, que reestatizaram o serviço após se arrependerem da privatização.

Texto publicado por Rafael Silva, no site da CUT-SP

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