25º Encontro da Mulher Vidreira 2020

A Comissão de Mulheres Vidreiras promoveu o 25º Encontro na Colônia de Férias da Praia Grande entre os dias 14 e 15 de março. O tema deste ano foi o combate à violência contra as mulheres e debateu o papel feminino na sociedade.

A advogada Evelise Della Nina explicou sobre como a Convenção Coletiva pleiteada pelo Sindicato dos Vidreiros conquista direitos para além dos já assegurados pela CLT às mulheres trabalhadoras, como, por exemplo, o Artigo 25, que garante à vidreira que suas férias se aproximem da licença maternidade, caso ela deseje; o aumento da estabilidade na volta ao trabalho, como exposto no artigo 26; ou o artigo 42, que obriga as empresas a apurar e tomar medidas cabíveis em caso de denúncia de assédio sexual ou moral.

Ao lembrar de mulheres que lutaram pelos direitos femininos, mas foram apagadas pela história, como Dandara dos Palmares, Maria Firmina dos Reis, Maria Felipa até chegar em Maria da Penha, Glicélia Bitencourt debateu a violência de gênero, racial e a luta feminina por direitos ao longo dos anos, apontando a desigualdade de gênero e como o Brasil é um país violento com as mulheres, ocupando o 5º lugar no ranking de países que mais matam mulheres no mundo.

Glicélia também ressaltou que as leis, como a Maria da Penha, não são suficientes para proteger as mulheres contra as violências sofridas, mas que, quando uma empresa abre um canal de denúncia de assédio ou violência, isso é uma conquista do Sindicato e que deve ser usado pela trabalhadora.

Já Ligia Gomes apontou que a violência contra a mulher, incluindo os casos de feminicídio, aumenta quando há uma crise econômica, política ou do sistema capitalista e em governos neofascistas, que reforçam ideais machistas como, por exemplo, que mulheres devem ter menores salários porque engravidam ou porque são, na maioria das vezes, as responsáveis por administrar a vida familiar, ficando responsáveis por cuidar de crianças e idosos.

Por serem as que mais precisam se afastar do emprego quando um membro da família necessita de cuidados, reforçou Lígia, quando há uma crise, seja ela qual for, inclusive climática, as mulheres são as primeiras a serem dispensadas dos seus postos de trabalho ou a terem seus salários diminuídos, reforçando que é contra essa desigualdade que o Sindicato se propõe a lutar.

Com um relato pessoal das violências que já sofreu, Lucimar Rodrigues da Silva alertou as participantes de que mulheres estão expostas a violências em todos os ambientes que frequentam, inclusive em casa, por parte não apenas do marido, mas também de pais e irmãos, por exemplo. Ela também reforçou alguns dados da violência contra mulheres no país e como, apesar dos avanços, como as Delegacias de Defesa da Mulher e leis como a Maria da Penha, ainda há muito a conquistar.

Para encerrar, Lucimar propôs uma dinâmica em que as participantes poderiam também compartilhar depoimentos de situações que já viveram por serem mulheres e o que já melhorou em seus anos de trabalho.

O evento também proporcionou atividades culturais e de lazer para as participantes, bem como distribuição de brindes ao final das palestras.

Confira as fotos do Encontro.