A categoria vidreira no Estado de São Paulo conquistou, após diversas rodadas de negociações, reajuste salarial com reposição da inflação e mais aumento real.
O acordo foi assinado na última quarta-feira, 13 de dezembro, na sede da Fiesp, na Avenida Paulista, entre os diretores do Sindicato dos Vidreiros e os representantes do sindicato patronal.
No último domingo, 10, a categoria havia se reunido em assembleia geral para discutir e aprovar a proposta final, que ficou da seguinte maneira:
– Reajuste salarial de 4,50% para quem recebe até R$ 7.655,51. Já para os salários acima desse valor, soma-se R$ 344,50. Descontada a porcentagem da inflação acumulada no último ano, o aumento real é de 0,65%.
– O piso de admissão da categoria terá 4,75% de reajuste, indo para R$ 1.758,56. Já o piso de efetivação irá para R$ 1.937,58. Nessa situação, descontada a porcentagem da inflação acumulada no último ano, o aumento real é de 0,90%.
O novo acordo também prevê a manutenção e atualização das cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos vidreiros e vidreiras, que agora passará a ter 72 artigos, entre questões econômicas e sociais, que devem ser cumpridas e respeitadas pelos patrões.
Dentre as novidades, estão mudanças no auxílio creche. O benefício, anteriormente condicionado às trabalhadoras mães, agora será garantido a quem possui a guarda exclusiva da criança, permitindo que pais também tenham acesso. Já a Licença Maria da Penha, que garante o afastamento remunerado de trabalhadoras vítimas de violência doméstica, poderá ser solicitada quantas vezes for necessária (mediante apresentação de B.O). Antes, só era possível pedir a licença na empresa uma única vez. Outras mudanças são:
Horas extras prestadas nas folgas, domingos, feriados e dias compensados……………………………………………………………………………………100%
Hora extra prestada em dia normal………………………………………………….50%
Adiantamento de salário…………………………………………………………………….40%
Homologação deve ser feita no Sindicato, de forma presencial ou virtual
Em acordo com decisão deste ano do Supremo Tribunal Federal (STF), o Sindicato incluiu na CCT a contribuição assistencial, que será descontada em folha de cada beneficiado pela Convenção Coletiva. Esse valor corresponde a 4,50% do salário, desde que não passe de R$ 50,00, divididos em quatro vezes. Associados do Sindicato estarão isentos dessa contribuição.
O Sindicato representa os vidreiros e vidreiras no estado de São Paulo, nas dezenas de empresas do ramo, e fazer uma Campanha Salarial possui custos, que envolve transporte, materiais de comunicação, assessoria jurídica e a manutenção de sede e subsedes. O valor da contribuição serve para cobrir esses custos.
Será garantida aos trabalhadores e trabalhadoras o direito de oposição, que deverá ser feito por carta de próprio punho e entregue presencialmente na sede ou subsedes do Sindicato entre os dias 5 e 9 de fevereiro de 2024, das 8h às 17h.
A construção da pauta da Campanha 2023-2024 contou com grande participação dos trabalhadores e das trabalhadoras, tendo a Diretoria do Sindicato percorrido as principais fábricas do setor na capital, no interior e na Grande São Paulo, realizando assembleias itinerantes nos turnos de entrada dos vidreiros e vidreiras. Esse formato garantiu ampla participação da categoria nas discussões, além de mostrar transparência nas decisões tomadas pelo Sindicato.
Desde setembro, foram realizadas mais de 50 assembleias, em grande demonstração de força e união da categoria.
Mesmo com os resultados conquistados, a batalha por melhores condições de trabalho não se encerra. Onde houver a disposição de luta, o Sindicato buscará o incremento nas portas das fábricas. Vem pra luta!
