Bancários conseguem 10% de aumento e encerram greve

Os bancários da FETEC-CUT/SP dos bancos privados, Caixa Federal e Banco do Brasil aprovaram, em assembleias nesta segunda-feira (25), a proposta de acordo, encerrando assim a greve deflagrada, em 06 de outubro, em todo o país.

 

Fruto de um dos maiores movimentos da categoria nos últimos anos, a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no último sábado 24, contempla reajuste de 10% para salários, piso, PLR, e de 14% para os vales alimentação e refeição e para a 13ª cesta, representando 3,75% de ganho real. No acumulado dos últimos 12 anos, contabiliza nos salários 20,83% de ganho real e 42,3% nos pisos. Também prevê adoção de medidas visando ajustes na gestão dos bancos de modo a reduzir as causas de adoecimento bancário.

Conforme aprovado, 63% dos dias parados para quem faz jornada de seis horas e de 72% dos dias para quem faz oito horas serão anistiados, havendo compensação de, no máximo, uma hora por dia.

Nos bancos federais, além da aplicação dos índices de reajuste propostos pela Fenaban, as propostas específicas aprovadas também agregam avanços. Na Caixa Federal, prevê, dentre outros, suspensão imediata da implantação da terceira fase do plano de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), suspensão da obrigatoriedade dos 15 minutos para mulheres, manutenção da PLR Social. No Banco do Brasil, a manutenção do formato do pagamento semestral da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que corresponde à distribuição linear de 4% do lucro líquido entre todos os trabalhadores, somado aos módulos bônus e Fenaban; instituição de grupos de trabalho sobre ascensão profissional, prevenção de conflitos, resultados do PCMSO e saúde no trabalho. Além disso, está prevista oferta de 4 mil bolsas de estudos de graduação a não graduados; não exigência da trava de relacionamento (365 dias) para nomeação, e oportunidade na ascensão profissional aos funcionários de Plataforma de Suporte Operacional (PSO), dentre outros avanços.

“Trata-se de uma importante vitória da categoria bancária, cuja mobilização impediu os bancos de imporem aos trabalhadores perdas salariais, além do total desconto dos dias de greve”, afirma Luiz César de Freitas, o Alemão, presidente da FETEC-CUT/SP.

Foram 21 dias de greve nacional, mais de 12 mil agências fechadas e 35 centros administrativos paralisados nos 26 estados e no Distrito Federal. Só na base da FETEC-CUT/SP, foram mais de 2 mil locais paralisados, com envolvimento de até 60 mil trabalhadores. “A força da greve fez com que os banqueiros saíssem de uma proposta rebaixada de 5,5% para 10%, garantindo assim o poder de compra do salário do bancário, justamente, em um ano em que várias categorias estão fechando acordos com perda salarial”, exemplifica Alemão.

A previsão é de que a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) seja assinada entre 4 ou 5 de novembro. Com isso, salários e benefícios atualizados, com as respectivas diferenças retroativas a setembro devem ser creditadas na próxima folha e, em até 10 dias a contar da data da assinatura, deverá ser paga a primeira parcela da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)