Participação no sindicato fortalece e qualifica as mulheres

Mulheres de vários cantos do Brasil estiveram reunidas para discutir a importância da sindicalização.

Elas se encontraram na tarde da última quinta-feira (21), em Porto Alegre, para pautar as demandas específicas no mundo do trabalho.

A oficina “Todo poder as mulheres nos sindicatos: paridade qualificada e sindicalização das mulheres” foi uma das 470 atividades do Fórum Social Temático (FST) 2016, última etapa do Fórum Social Mundial 15 anos, que acontecerá no Canadá, em agosto.

A ideia da oficina foi debater a tímida presença da mulher nos sindicatos.

“Mesmo o número de mulheres no mundo do trabalho ter aumentado, a presença delas no sindicato ainda não reflete essa proporção, em especial quando verificamos os cargos de poder nas organizações sindicais”, destacou a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Batista.

Dados do Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD) do IBGE 2012 mostra que a taxa de sindicalização das 91 milhões de pessoas ocupadas é de 17%. O estudo aponta ainda que de 2002 a 2012 a porcentagem de homens sindicalizados reduziu de 22% para 18% e de mulheres aumentou de 14% para 16%. Vale destacar que a sindicalização das mulheres rurais triplicou no mesmo período.

“O processo de sindicalização das mulheres rurais se deu com muita formação, com a criação da secretaria de mulheres dentro dos sindicatos, das federações e das confederações e com as comissões de mulheres nas comunidades rurais”, afirmou a secretária Nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida da Silva.

Outro dado interessante da pesquisa é a questão da faixa etária. Os jovens de 18 a 24 anos representam apenas 9% dos sindicalizados, enquanto os trabalhadores e trabalhadoras acima de 54 anos são 22%.

Segundo a diretora executiva da CUT, Mara Feltes, os jovens não entendem a importância do sindicato porque não sabem que os direitos que eles têm garantidos foram resultados de muita luta. “A gente participou da diretas, a gente enfrentou a ditadura, lutamos pela democracia, lutamos por uma nova constituinte e todos estes movimentos eram liderados pelos sindicatos. A gente via o movimento sindical como um espaço de construir a cidadania”, completou.

As trabalhadoras precisam ter consciência da importância do sindicato para ampliar e garantir direitos e uma ação importante para isso, segundo as participante da oficina, são  a formação, trabalho de base e a organização.

Para a secretária Nacional de Formação, Rosane Bertotti, a formação é a base do pilar da organização sindical. “A formação tem o objetivo de mostrar quais são os princípios da luta e disputa de classes que estão em jogo. Para aumentar o número de sindicalizadas será necessário tratar a formação junto com a ação, organização e luta”. (Érica Aragão/CUT/ Foto: Allyson Nathan)