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Demissão em massa na Nadir

A empresa Nadir, em Suzano (SP), deu início a um intenso processo de demissão em massa. Desde maio, cerca de 120 trabalhadores já foram desligados sem justificativas plausíveis.

A Nadir, inclusive, não procurou o Sindicato dos Vidreiros no Estado de São Paulo para discutir um plano de demissão em massa, o que é obrigatório, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (recurso nº 999.435, de junho de 2022). Esse processo de demissão precisa vir acompanhado de planejamento, que inclui um pacote de compensação aos trabalhadores que foram dispensados.

Já houve uma reunião com a direção da empresa, na qual o Sindicato cobrou um pacote de medidas para auxiliar as trabalhadoras e os trabalhadores demitidos. Para a Nadir, esse pacote não seria praticamente nada diante do que ela lucrou nos últimos anos. Nesta segunda, 26 de junho, a diretoria do Sindicato também esteve na porta da fábrica entregando o boletim aos trabalhadores e trabalhadoras informando o que está ocorrendo na fábrica.

TRABALHADOR SAI COM DÍVIDAS

Muitos dos trabalhadores demitidos estão em desespero. Durante as homologações realizadas no Sindicato, existem valores da rescisão que estão quase em zero reais, pois estão sendo descontados empréstimos consignados, despesas do plano médico de coparticipação e até mesmo banco de horas. 

Empréstimos consignados: com os salários baixos pagos pela Nadir, muitos trabalhadores tiveram de recorrer a empréstimos consignados, que eram descontados em folha de pagamento, e agora, sem emprego, precisam honrar as dívidas com os bancos.

Banco de horas: na Convenção Coletiva da categoria, quando o trabalhador trabalha além de sua jornada, ele deve receber como hora extra. Mas a Nadir descumpre isso e conta como banco de horas.

Plano de coparticipação: um modelo que o Sindicato sempre criticou, pois prejudica o trabalhador ao cobrar uma taxa de adesão ao plano, que tem como valor máximo R$ 179,52, e mais o preço do percentual dos exames e consultas realizados (copartipação). Um plano que é de baixa qualidade e que na fábrica Anchieta o mesmo é oferecido sem cobranças aos funcionários.

SAQUE-ANIVERSÁRIO

Para piorar a situação, 90% dos demitidos estão com o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) bloqueado, pois utilizaram do saque-aniversário e agora não podem resgatar o dinheiro que lhes é de direito. Ou seja, um verdadeiro estado de calamidade.

A Nadir é uma das empresas líderes no mercado em utensílios domésticos e o lucro obtido em 2020 fez com que a empresa voltasse a negociar na Bolsa de Valores. A Nadir também comprou a Cristar TableTop, empresa de vidro da Colômbia, e, atualmente, já exporta para mais de 120 países. Todo esse crescimento foi às custas do suor dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Mas a conta desse alto investimento chegou e os funcionários são os primeiros a pagarem a conta. São muitos pais e mães de famílias que estão sendo sacrificados.

Diante disso, é fundamental a solidariedade de todos os demais trabalhadores e trabalhadoras que seguem na empresa. Mas também é preciso que os vidreiros e as vidreiras participem da luta na porta da empresa fortalecendo o Sindicato e dando respaldo às negociações. Não faça como alguns que se escondem, fogem ou xingam o Sindicato nas assembleias. O próximo pode ser você a sair com uma mão na frente e outra atrás! É preciso botar pressão nessa empresa.

QUEIMADURAS

Outra situação alarmante é o aumento dos casos de queimaduras das trabalhadoras durante os manuseios das peças de vidros. As luvas oferecidas pela empresa não são de boa qualidade e muitos funcionários estão com as mãos queimadas ou com bolhas quando as mercadorias saem, muito quentes, para elas embalarem. Equipamentos de proteção individual é urgente!

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