
Mesmo com o nevoeiro cobrindo São Paulo nesta terça-feira, 15 de julho, os vidreiros e vidreiras da Nadir, em Suzano, mostraram que a luta não para! Em assembleia convocada pelo Sindicato, a categoria debateu com firmeza os impasses sobre as recentes demissões, a negociação da PLR, além de cobrar melhorias no convênio médico, no restaurante da fábrica e na qualidade da comida.
Com unidade e coragem, os trabalhadores aprovaram que o Sindicato siga pressionando a empresa para avançar nas pautas e respeitar quem faz a produção acontecer. A pauta de reivindicações será entregue com indicativo de greve, caso a empresa siga se recusando a negociar.
Falta de reconhecimento
Após uma série de demissões realizadas pela empresa Nadir, o Sindicato dos Vidreiros e Vidreiras entrou em negociação firme para garantir, ao menos, condições mínimas para os trabalhadores desligados. Como resultado da pressão sindical, foi conquistado que todos os trabalhadores demitidos em junho deste ano terão direito a mais quatro meses de convênio médico, no caso daqueles que recebiam até R$ 4 mil, e quatro meses de vale-alimentação, para todos os demitidos, independente do salário.
Essa conquista é fruto direto da mobilização e da atuação do Sindicato. No entanto, o momento segue delicado: as demissões agravaram ainda mais a sobrecarga entre os trabalhadores que permanecem na empresa. Já era comum a situação de poucos funcionários fazendo o trabalho de muitos, e agora, com menos gente no chão de fábrica, a tendência é que um só trabalhador faça o que antes era responsabilidade de dois ou três. Quem fica, trabalha dobrado. E sem reconhecimento.
A negociação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) continua travada. A empresa ficou sem apresentar nenhum número e colocou uma nova meta, que é margem bruta. Depois de toda a negociação da PLR, a empresa apresentou somente números de fevereiro, março, abril e maio, que foi de 44.85, mas esse número não é certo se será mantido, pois a meta de margem bruta está dando zero. Se continuar no zero, certamente não haverá PLR.
Do lado dos trabalhadores, há cobrança, há esforço, há produção. Do lado da empresa, há silêncio e promessas vazias.
Sobre o vale-alimentação (VA), a resposta da Nadir foi um sonoro “não”. Alegando dificuldades financeiras, a empresa se nega a reajustar o valor do benefício, mesmo diante da alta no custo dos alimentos. No entanto, após muitos argumentos do Sindicato, eles ficaram de dar uma nova resposta em breve.
Além disso, nenhuma solução foi apresentada para os problemas constantes no restaurante da fábrica nem para o atendimento do convênio médico dos trabalhadores da ativa.
É inadmissível que a empresa siga tratando o trabalhador como descartável. A conta da crise – se é que ela existe – não pode ser jogada apenas nas costas da categoria!
O Sindicato dos Vidreiros e Vidreiras segue firme na defesa dos direitos da categoria. Mas é preciso unidade, mobilização e disposição pra luta.
Se a gente não luta, a firma passa por cima. Vamos preparar uma assembleia com a categoria para explicar todo o pacote de discussões realizadas na reunião. VAMOS À LUTA!