A empresa Owens-Illinois SP, infelizmente, tem ido na contramão de sua história ao fazer uma propaganda ilusória em defesa da ética e dos princípios básicos de segurança e bons costumes dentro da fábrica. Ao invés de combater os assédios contra os trabalhadores e trabalhadoras, a empresa tem punido as vítimas e acobertado os que praticam assédio.
É uma verdadeira inversão de valores, na qual a atual gestão ao invés de garantir proteção aos oprimidos, ela acolhe o opressor. Diante dessa realidade não é possível se calar, pois uma verdadeira vergonha está acontecendo na Owens-Illinois SP.
Por isso, nas primeiras horas desta quarta-feira, 2 de julho, o Sindicato dos Vidreiros e Vidreiras parou a entrada dos trabalhadores e trabalhadoras para realizar assembleia e discutir os próximos passos desse problema.
Não se pode aceitar que o gerente da Decoração, que tem mais de 26 denúncias, tenha cometido uma atitude gravíssima ao colocar os mecânicos de manutenção do setor sob risco de morte. E ele ainda continuar como se nada houvesse acontecido. Isso é crime e deve ser divulgado em todos os lugares, inclusive, para que os clientes da empresa fiquem sabendo de que forma é feito o vidro que andam comprando. Também foi feita denúncia no Ministério Público pelas práticas de assédio.
O Sindicato, através da CNQ (Confederação Nacional do Ramo Químico da CUT), irá protocolar um manifesto em todas as empresas que compram o vidro da Owens Illinois e dizer que essa empresa é a que possui, no setor, o maior número de trabalhadores adoecidos, inclusive com casos de morte e de mutilação.
É preciso cobrar transparência nos dados da medicina ocupacional, exigindo o nexo causal – que é uma obrigação do médico e da empresa fornecer esse relatório aos trabalhadores e trabalhadoras, fazendo jus aos códigos de ética da medicina e aos artigos do CFM, onde exige tais condutas. Além disso, é necessário que o Compliance seja imparcial e não corporativista a ponto de fechar os olhos para as barbáries.
